quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

TOP 10 DOS LUGARES QUE O MUNDO ESQUECEU #5

Nº 5 - ZIMBABWE
À beira do colapso

Turbulência política e econômica provoca crise de saúde no Zimbábue

Desemprego desenfreado, inflação exorbitante, falta de alimentos e instabilidade política continuaram a devastar o Zimbábue em 2007. Acredita-se que até 3 milhões de pessoas, de uma população de 12 milhões, tenham fugido para países vizinhos nos últimos anos. O sistema nacional de saúde, no passado visto como o mais forte do sul da África, agora ameaça entrar em colapso devido ao peso da turbulência política e econômica, com as conseqüências mais agudas provavelmente para os cerca de 1,8 milhões de pessoas vivendo com HIV/Aids. Atualmente, menos de ¼ das pessoas que necessitam de tratamento anti-retroviral (ARV) o recebem. Isso se traduz em uma média de 3 mil mortes por Aids toda semana. E a perspectiva de uma extensão do programa nacional de Aids é inexistente. Os profissionais médicos treinados estão deixando o país, o programa para tratamento de HIV/Aids está sobrecarregado e a falta de suprimento de ARV impediu sua ampliação. Os pacientes freqüentemente enfrentam obstáculos para chegar aos hospitais ou às clínicas devido ao alto preço dos combustíveis e do transporte. Através dos programas em Bulawayo, Tshlotsho, Gweru, Epworth, e vários locais da província Manicaland, MSF oferece tratamento médico gratuito para 33 mil pessoas vivendo com HIV/Aids. Deste total, 12 mil estão recebendo tratamento com ARV – quase um décimo de todas as pessoas em tratamento. No entanto, a habilidade de MSF de tratar mais pessoas está ameaçada pela falta de funcionários treinados, restrições sobre quais equipes podem prescrever medicamentos ARV e determinações administrativas ainda mais restritivas para equipes internacionais trabalharem no país. Ao mesmo tempo, a população Zimbábue está sentindo o impacto da falta de sistemas de saneamento e tratamento de água. Durante o ano, surtos de diarréia afetaram pessoas vivendo em Harare, a capital, e em Bulawayo, a segunda maior cidade do país. A fuga do país também é perigosa, algo evidenciado pelos relatos de refugiados que apanharam ou foram estuprados ao longo da fronteira com a África do Sul. Os que conseguem atravessar podem estar destinados a viver nas sombras com pouco ou nenhum acesso a cuidados de saúde.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não consigo respirar com a emoção que estas imagens e palavras me provocaram.
Sei porém que a miséria sempre existiu. Só que quando se vive em abundância e progresso em parte do Mundo, terá que se fazer com que a globalização, a que interessa, faça com que o bem estar se estenda a todo o Planeta. Pois, actualmente no estado em que encontra o conhecimento e desenvolvimento científico e civilizacional não se pode aceitar que continuem a coexistir dois Mundos em que precisamente a parte mais desenvolvida parasita a outra metade.
Qualquer desvalorização da dimensão humana no nosso semelhante, acarreta para todos os restantes uma amputação.