segunda-feira, 28 de maio de 2007

AQUELE ABACATEIRO

D'Aquele Abacateiro
nascido no meu quintal
tantas saudades eu tenho
que chegam a fazer mal.

Ramos abertos, estendidos,
querendo apanhar o céu,
Abrigava-me do sol,
Servindo-me de chapéu.

Debaixo dele brincava
E ele velava por mim
Oferecia-me os seus frutos
Éramos felizes assim.

Um dia tudo acabou
Abruptamente houve um fim
Separámo-nos, ele e eu
E para longe dele eu vim.

Ele ficou sozinho
Chorando seu triste fado
Porque foi ela embora?
Porque me terá abandonado?

Tantas saudades eu tenho
que chegam a fazer mal
Daquele Abacateiro
nascido no meu quintal.

Só queria que soubesses,
meu companheiro de então
que não ficaste sozinho,
eu trouxe-te no coração.

Se tu já tiveres partido
para o Jardim do Paraíso
Reserva-me lá um cantinho
com uma tabuleta de aviso:

"À espera de uma amiga,
que conheci antigamente
As saudades que doeram
vão acabar, finalmente".

Meu querido companheiro,
No Jardim Celestial
Eu serei o teu adubo
E tu medrarás divinal.


3 comentários:

Anónimo disse...

MAS QUE POEMA TÃO LINDO
E DIZES, PALAVRAS TUAS
FAZ LEMBRAR "O TEMPO INDO"
DEIXANDO PALAVRAS CRUAS

O TEMPO MARCA A DISTANCIA
A PALAVRA TE CONSOLA
RECORDANDO A TUA INFANCIA
NESSA TUA QUERIDA ANGOLA

Anónimo disse...

Devia ser proibido ter saudade...

Anónimo disse...

A história do abacateiro molhou-me os olhos. Grandes pistas de carros e estações de serviço construí naquele canteiro, entre as raízes do abacateiro. Sniff… Fuck the revolution, fuck democracy. Se democracia é isto que temos, viva a ditadura.