quarta-feira, 27 de junho de 2007

EUFEMISMOS #1 - PALAVREADO POLÍTICO

Segundo a Wikipédia, "Eufemismo é uma figura de estilo que consiste em suavizar a expressão de uma idéia modesta, substituindo o termo contundente por palavras ou circunlocuções menos desagradáveis ou mais polidas."

A linguagem eufemística faz-se sentir de diversas formas e em várias áreas da vida.
Pessoalmente, todos os eufemismos têm uma coisa em comum: obscurecer o sentido em vez de o realçarem e servem, principalmente, para mascararem a verdade.

Existem por várias razões e é mais utilizada pelos meus inimigos de estimação:OS POLÍTICOS.
Se vocês repararem bem:
Eles não "dizem coisas", referem-nas; quando não "referem", sugerem-nas.
Eles nunca "chamam a atenção", mas esclarecem, nunca "decidem", delineiam posições ou , então, e bem mais grave, avaliam!
Eles nunca "dizem" nada, informam; nunca "respondem", lá está, "esclarecem", não "lêem", consultam, "não aconselham", fazem recomendações!

Digam lá que não ficam muito mais sossegados quando ELES nos dizem que PORTUGAL está a enfrentar os desafios que lhe são colocados? É bem melhor do que dizer que PORTUGAL ESTÁ COM PROBLEMAS, não acham?

Nesta altura em que escrevo, Portugal está a enfrentar um desafio deveras importante, que é o de se delinear estratégias tendo em vista a retenção no País de um elemento que o tem acompanhado desde o início da sua actividade e que, actualmente, por manifesta incapacidade de compreensão deste tão eufemístico rectângulo, tomou as medidas necessárias tendo em vista a sua progressão para outras paragens.

Informo, refiro e esclareço que estou a "falar" do: BOM TEMPO!

1 comentário:

Anónimo disse...

HOJE PELA PRIMEIRA VEZ VOU COMENTAR NESTE BLOG, SEM SER EM VERSO, MAS SIM TRANCREVENDO UM TEXTO DE EÇA DE QUEIROS DE 1867, E REPAREM COMO ESTÁ ACTUAL, O QUE QUER DIZER QUE OS POLÍTICOS NÃO MUDARAM

"ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos politicos. Politica de acaso, política de compadrio, politica de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e
corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será
possível conservar a sua independência?" (Eça de Queiroz, 1867 in O distrito de Évora")