domingo, 23 de dezembro de 2007

TOP 10 DOS LUGARES QUE O MUNDO ESQUECEU #2


Nº2 - MYANMAR (ANTIGA BIRMÂNIA)
MENOS AJUDA


Ajuda humanitária restrita em Mianmar

Isolados do outro lado do mundo desde que a junta militar chegou ao poder em 1962, a população de Mianmar (antiga Birmânia) sofre conseqüências da repressão e negligência. A tomada de posição dos monges marchando pela democracia em setembro trouxe atenção internacional para o longo sofrimento da população, mas não mostrou a realidade enfrentada pelos birmaneses. Diante das altas taxas de malária e HIV, a empobrecida população conta com pouca assistência – apenas 1,4% do orçamento de governo é direcionado aos serviços de saúde.
Apesar da imensa necessidade, há poucos grupos de ajuda humanitária trabalhando no país. Para aqueles que estão no terreno, trabalhar com independência e imparcialidade é bastante difícil. Além disso, doadores do governo e agências internacionais estão relutantes em financiar programas que possam apoiar o governo. Leva-se muito tempo para conseguir o visto necessário para viajar dentro do país, o que pode tornar impossível responder às emergências e às necessidades de avaliação. Em muitas regiões, tais como as afetadas pelo conflito envolvendo rebeldes Karen e Mon, na fronteira leste da Tailândia, restrições do governo têm impedido a ajuda humanitária, incluindo a ação de MSF. Algumas das maiores deficiências dos serviços de saúde estão no oeste do estado de Rakhine, onde MSF tratou 210 mil pessoas com malária em 2006.
Muçulmanos do estado de Rakhine, conhecidos como Rohingyas, vivem em circunstâncias particularmente precárias. Com seus direitos negados pelo Estado, esses grupos sofrem diferentes formas de abuso. MSF oferece cuidados básicos de saúde e tratamento de HIV/Aids para os Rohingyas. A lenta resposta à epidemia de HIV no país tem contribuído para disseminar a doença. Nos estados de Yangon, Rakhine, Kachin e Shan, MSF mantém um programa de HIV/Aids, mas consegue atender apenas uma fração dos que necessitam.
Embora haja pouca informação independente sobre o número de birmaneses com necessidade clínica de receber tratamento com anti-retroviral (ARVs), as Nações Unidas estimam que 360 mil pessoas estão vivendo com HIV e apenas 10 mil recebem ARVs, dos quais 8 mil são tratados por MSF. Menos pacientes ainda têm acesso a cuidados para doenças como a tuberculose. Como resultado, as Nações Unidas estimam que 20 mil pessoas morrem anualmente de HIV/Aids.


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