segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

TOP 10 DOS LUGARES QUE O MUNDO ESQUECEU #3


Nº 3 - CHECHÉNIA
Volátil


Conflito na Chechênia diminui, mas necessidades humanitárias persistem
Faz quase quatro anos que o conflito mais intenso entre as forças do governo da Rússia e as forças rebeldes da Chechênia, república ao norte do Cáucaso, arrefeceu. Dezenas de milhares de deslocados internos (IDPs, na sigla em inglês), que tiveram de fugir para as repúblicas vizinhas de Ingushetia e Daguestão, voltaram para a Chechênia. Ao mesmo tempo, a reconstrução foi reforçada na capital da Chechênia, Grozny, cenário de bombardeios indiscriminados a menos de uma década atrás, e o aeroporto da república foi reaberto.

Ainda assim, a região do Cáucaso permanece extremamente volátil. Conflitos fora da Chechênia aumentaram e uma forte presença militar ainda existe na região. Seqüestros, desaparecimentos, assassinatos e bombardeios continuam na Ingushetia, Ossétia do Norte e Daguestão. Dentro da Chechênia, a situação de segurança ainda é precária para os civis. Os perigos variam entre ser atingido em meio a um tiroteio a ser vítima de um acidente de carro envolvendo grandes veículos militares, o mais recente tendo se tornado uma causa comum de trauma.

Serviços básicos de saúde, particularmente nas áreas de atendimento obstétrico e ginecológico, ainda estão em falta e, quando existem, ficam fora do alcance de várias pessoas que retornaram. Através das clínicas em Grozny e em seus arredores, MSF e médicos chechenos atendem uma população com alta incidência de doenças crônicas, entre as quais males do pulmão, rins e cardiovasculares. Além disso, a equipe de MSF também testemunhou uma grande necessidade de atendimento psicológico, devido aos anos de exposição à violência e deslocamento.

Uma pesquisa de MSF com os IDPs que viviam temporariamente em centros de acomodação na Ingushetia e Chechênia indicou que quase metade dessas pessoas sofria de ansiedade, insônia ou depressão. Os confrontos da Chechênia também tiveram um efeito sobre o sistema de controle de tuberculose da república. Como resultado, MSF dá apoio a hospitais especializados no tratamento da doença que servem a uma população formada por 400 mil pessoas. Muitos sobreviventes da guerra ainda precisam de ajuda para tratar traumas relacionados ao conflito. MSF tentou responder a essa demanda implementando um programa de cirurgia de reconstrução no Hospital em Grozny desde o ano passado.

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