sábado, 26 de julho de 2008

PUB.LI.CIDADE

porque estamos no Verão ...por favor, tenham atenção!

Não posso esperar mais! Vou já lá para dentro.
Ups, uma flor. Acho que devo esperar pelo meu pai, mas ele está muito ocupado a ler
aquela porcaria de livro. É fundo aqui, estou em bicos do pé. Estou a ver o pai, leva-me de
volta para fazermos castelos de areia. Porque chora ele? Ele nunca chora, está a pôr-me
triste. Porque é que a Mamã não pára de gritar? Agora já estamos em casa, acho que a
minha mãe está bem. Ainda falo com ela todos osdias, mas ela já não me pode ouvir.



Um mergulho ... não custa nada! Está gelada a água. E aqui é fundo.

Wow, posso ver um montão de peixinhos brilhantes. O papá vem até cá abaixo para me ajudar.

Quem me dera que ele se despachasse! Disse-me que ia contar até 30. Onde é que ele está?

Está a ficar muito escuro e eu tenho tanto frio.

Ainda estou aqui deitado à espera.


Estou ansiosa para entrar e dar um grande mergulho.

A Mamãdiz que eu sou um menino crescido, por isso não vou esperar por ela.

Posso conter a respiração por muito tempo ... 1 ... 2 ... 3.

Cheguei ao fundo. Como eu gostava que a Mamã aqui estivesse.

Sim! Estou a vê-la. Está a nadar muito depressa na minha direcção. Nunca tinha visto a Mamã nadar tão depressa antes.

E porque é que está a gritar pelo Papá? Estamos todos junto da piscina. Nunca tinha contido tanto a respiração.

A Mamã devia estar feliz mas não pára de gritar.

12 comentários:

Olá!! disse...

que agonia ...

Borboleta disse...

Grande verdade...e infelizmente existe muitas pessoas que ainda não se aperceberam disso...os perigos para as crianças...

Anónimo disse...

Olá, Gi! Bom dia.

Olha que seria tranquilizador ter-se a certeza que a criança teria esses pensamentos no lugar da aflição que imagino sentirem.

Beijinhos e bom fim-de-semana!
Teresa

Unknown disse...

Depois de ler este texto fiquei arrepiada...

Rocket disse...

a publicidade está excelente. obrigada pela tradução e apresentação

Cláudia disse...

Bolas...
fiquei sem palavras!

Gi disse...

teresa: Achas que seria tranquilizador?

Pois as palavras estão lá todas.

Anónimo disse...

Olá, é a primeira vez que entro aqui. Quero dizer o seguinte: ensino meninos pequeninos a nadar. O que é mais difícil? Quando os pais não nos deixam fazer duas coisas fundamentais: deixá-los perceber que eles se afogam e habituar-lhes a face ao contacto com a água. Porque é que eles não percebem que se afogam? Porque sempre que são colocados na água têm braçadeiras ou um adultos a sustentá-los, sem nunca o deixar imergir. Uma criança que só passa por experiências de sustentação artificial apreende que "sabe nadar", afinal nunca foi ao fundo. Porquê a face? Porque se a criança fica aflita com a cara na água jamais se consegue concentrar na simples ideia de que, quando vier ao de cima, tem que olhar e ver qual o sítio mais próximo para se agarrar. Há tantas crianças a morrer com o bordo da piscina tão próximo, com alguém, distraído, a um braço de distância... geralmente as crianças reagem mal aos primeiros contactos da água com a face e os pais... como ela não gosta, umas vezes pedem, outras, exigem que eu não o faça. Também mas mandam de óculos de piscina, porque o cloro faz mal (a ser verdade, eu já me tinha ido!!)... como se os acidentes só acontecessem quando elas usam óculos de piscina!
Sei também de um pediatra que disse aos pais de uma criança de 2 anos que levá-la à piscina, nem pensar! Isso seria dar-lhe o gosto pela água! Como se fosse possível inibir uma criança de se dirigir para a água quando ela não tem medo! Eu cá deixo-as ir, elas caem, ficam aflitas um bocadinho muito pequenino, mesmo muito pequenino. Depois, ensino-as a nadar.
Por favor, levem as crianças para aprenderem a nadar. Se possível, logo desde a fase de bebés.

Gi disse...

susana: obrigada pela visita, pelo aditamento e pelo esclarecimento.
Continuo a achar que, com as crianças todo o cuidado é pouco e não nos podemos distrair nem um bocado; principalmente, não podemos facilitar.

Anónimo disse...

Gi, a sua resposta fez-me lembrar que ficou algo por dizer. É também minha experiência que quando os pais vêm com os filhos à piscina jamais deixam de estar atentos quando há água por perto. É um processo muito interessante. Afinal, deviam ficar mais descansados, mas não ficam, porque eles mesmos se apercebem que o nado dos filhos, se já adquirido, pode ainda ser demasiado precário e pode não ser suficiente para auto-salvamento, o que é particularmente verdade se eles cairem à água vestidos. Ainda no sábado passado a mamã de um dos meus pequeninos de 3 anos me perguntou: este ano já posso ficar descansada? Ele já nada? Eu mostrei-lhe o quão prodigiosamente o filho "nada" e está na água e o quão depressa fatiga e precisa de uma maozinha debaixo da barriga. A mãe disse, ok, estou esclarecida. Ele está seguro, mas continua a requerer vigilância a 100%.
De facto, não podemos facilitar!

Rita disse...

Uma vez, ainda as R's não tinham nascido, estávamos num condomínio fechado com piscina e andava por ali uma menina que não devia ter mais de 3 anos. Andava com as braçadeiras e entrava e saída da piscina a seu bel-prazer. Os pais estavam do outro lado de uma sebe a não a conseguiam ver. Às tantas a menina veio de ao pé dos pais sem as braçadeiras e como normalmente fazia (e como ainda ninguém lhe tinha dito que não podia ir para a água sem elas) atirou-se para dentro da água e foi logo ao fundo se não fosse o Sr. Marido atirar-se logo lá para dentro e trazê-la para fora ela tinha lá ficado e os pais nem sequer se tinham apercebido de nada. Não é só em relação às piscinas, ao mar ou até à água mas sim em relação a tudo, com as crianças não podemos facilitar (e depois há aqueles que vão jantar com os amigos e deixam as crianças no quarto a dormir)...
Jokas

Anónimo disse...

Como é bom falar com pessoas como vocês! vou usar o relato da Rita nas minhas aulas. Os meus estudantes precisam de ouvir estas coisas. E vou transportar este relato para o meu Blog. Ia precisamente fazer um post sobre braçadeiras e afins... vem mesmo a calhar. Logo já tenho que fazer (como se não tivesse!).