Legenda da foto abaixo: os senhores acima mais o Sr. Mário Viegas.
Chamando os senhores pelos nomes e a propósito deste post , venho dar-vos conta do que aconteceu (realmente) na Casa de Goa.
O Senhor Professor Narana Coissoró é sobejamente conhecido de alguns dos que me lerão.
O Senhor Professor Narana Coissoró é, igualmente, Presidente da Casa de Goa.
O Senhor Professor Narana Coissoró, acho eu, que confunde à-vontade com displicência e, chegou ali, mostrando bem que (não) se tinha preparado minimamente.
Depois de nem sequer ter cumprimentado a audiência o Sr.Professor Narana Coissoró fez uma não tão curta introdução sobre os dois livros (que não leu) e autores, dando até informações erradas, e nem uma única palavra sobre o meu pai, afinal também um dos homenageados.
Supostamente e era isso que vinha no programa, o Sr.Dr. Luís Frederico Antunes iria falar sobre a obra "De Goa a Ceilão Saga de um Caminheiro Infatigável", de Pedro Correia Afonso, sobre o Beato José Vaz.
Apresentou-se dizendo que pertencia à Universidade Nova de Lisboa e era investigador científico do Instituto de Investigação Científica Tropical.
Não falou nunca nem sobre o autor da obra, nem sobre o Beato José Vaz, limitando-se a falar de uma forma bastante confusa e, porque não dizer, chatérrima, sobre o contexto socio-político de Goa no século XVII, época em que viveu o Padre José Vaz.
Acabou por dizer que não tinha lido a obra.
A seguir a estes dois momentos negativos, finalmente, conseguimos ter uma apresentação com um coturno mais apropriado por parte do Sr. Dr. Sérgio Mascarenhas de Almeida, ex-Delegado da Fundação Oriente em Goa, e que falou sobre o poeta ManhoharRai SarDessai introduzindo momentos em que conseguiu interagir com a audiência e pô-la a sorrir.
Seguidamente, o Sr. Mário Viegas, editor da revista Ecos do Oriente, fez uma sentida homenagem ao meu pai, grande impulsionador para que estas duas obras fossem estampadas, tendo também falado do lançamento da obra de ManoharRai SarDessai em Goa.
Passou-se ao momento lúdico da função com o recém-formado grupo musical juvenil da Música de Goa interpretando músicas clássicas goesas ao violino, acompanhado por adultos do grupo "Ekvat".
Houve um momento de recitação a cargo da minha mãe, que o Sr. Professor Narana Coissoró, "meteu os pés pelas mãos" a apresentar porque, claramente, não leu o alinhamento do programa da Casa a que preside, e por um grupo de crianças entre os 3 e os 5 anos que recitou um poema em Concani (língua de Goa).
E terminou tudo sem chamussas, nem bojas, nem muitos livros vendidos.
É a crise.
Como não devo nada à Casa de Goa (ontem paguei as quotas de 2008 e já as de 2009 para que não lhes falte nada) nem tenho que ser politicamente correcta, acho que tinha que dar aqui um sentido ao que senti, e não fui só eu, porque a Casa de Goa se encarregará de publicar, com pompa e circunstância, uma versão mais natalícia desta função.
À maioria de vocês este post não interessará sobremaneira, mas eu sei que haverá quem esteja interessado e escrevo isto em tua memória, Pai, se não nem me teria dado ao trabalho, como tu bem sabes!
* Tenho fotos bem mais bonitas, mas não ficavam aqui bem.
12 comentários:
Pois a mim interessa-me sobejamente os Não deste país, que muitas vezes andam encapuçados atrás de um nome ou de um cargo.
E só com testemunhos reais como este teu se descobrem carecas, porque em reportagens da imprensa também já confio muito pouco.
Já estou como o outro, cada vez me interessa mais o balconista ou o carteiro que o economista ou o presidente!
Obrigada Gi. O senhor Narana e o senhor Antunes têm blog?
Obrigada pelas tuas palavras, Patti.
Não sei se estes dois senhores têm blog.
Pois é pena. Deviam ler a imagem que deixaram, em quem os ouviu.
De facto, estou como a Patti...talvez procurando, a gente encontre o blog do Sr. Professor e do Sr. Dr...eles costumam ter um blog, não são é eles que o gerem...são demasiadamente importantes...tão, que não dão importância às coisas realmente importantes e que, ao fim e ao cabo, lhes dizem tb respeito...
Resta-me acrescentar, o Sr. Noronha mora no meu coração desde pequenina...quando ele nos levava ao Colégio, um dia até ias tu à frente e eu atrás e no outro, ía eu atrás e tu à frente...parveiras nossas (minhas) a que ele tanto assistiu...como por exemplo, virmos da Cela...a rir tanto que, conseguimos tirar do sério o Sr. Noronha, a pessoa mais paciente do mundo...eu sei, quem o tirava do sério era eu...quando ele gritava e dizia...G*******GGG!!!!...Era qd eu estava presente...era para não gritar...CÉUUUUUUUUUU!!!!!!!!!...e às vezes gritava...
Bjo grande
Defraudar expectativas de quem quis ouvir falar sobre coisas e pessoas que deixaram uma marca na História, é o mesmo que fazer pouco delas, ouvintes e homenageados.
O Sr. Narana Coissoró deve estar mal habituado, a falar para aqueles que não ligam nenhuma ao que ele diz e ainda são pagos para isso mesmo.
Querida Gi,
ainda bem que houve quem salvasse a honra do Convento.
O resto, mesmo que fira, é para esquecer.
Beijinho
Olá GI
chego cá, num dia em que estás triste porque o trabalho do teu Pai não foi reconhecido como devia ser...e tens toda a razão.
Sabes que esses senhores têm uma vida muito ocupada e vão a correr inaugurar isto e aquilo, muitas das vezes sem saberem ao que vão, como aconteceu na Casa de Goa.
Não estou a desculpá-los, mas ironicamente cheia de pena deles
(risos...eheheheheh)
Enfim...
as acções ficam com quem as pratica.
Achei graça a este teu paragrafo:
E terminou tudo sem chamussas, nem bojas, nem muitos livros vendidos.
Já agora, o que são bojas?
Nasci em Moçambique, vivi lá e tinha alguns vizinhos de Goa, pessoas muito simpáticas e amigos do peito. Habituei-me a comer bebinca, nas festas de anos da minha amiga Rita, que a mãe dela fazia e eu adorava...
Estava há 1 mês atrás na Índia, de férias. Adorei.
Mas, vim triste porque não consegui voltar a comer bebinca, tanta vontade que tinha de voltar a sentir aquele agradável sabor.
Beijos.
Tenho realmente pena, não tanto pelo meu pai, mas pela displiciência e falta de consideração para quem, com tanto carinho. trabalhou nestes livros e para levar o nome de goa mais além.
Tulipa. obrigada pela visita. Bojas são aperitivos picantes feitos de farinha de grão.
Se viveres em Lisboa há imensos sítios onde podes comer bebinca, incluindo no restaurante da Casa de Goa.
quando há pouco tempo descobri que eras goesa, tinha-te dito que achava quase todos eles como pessoas muito inteligentes.
escrevia essas palavras e lembrava-me de Narana Coissoró.
mesmo depois de ler o que escreveste mantenho essa ideia dele.
sabes que ele sempre foi uma pessoa muito ligada ao CDS.
o CDS este fim-de-semana teve um congresso que proclamou vitória esmagadora da linha que não representa.
ele poderá ser um dos que irá nestes dias abandonar o partido e por isso a cabeça dele não estava ali na Casa de Goa.
agora perguntas tu:
mas que só queria que se tivesse a atenção para com o meu pai que devidamente merecia, tenho a ver com isso?
nada.
nada e tens toda a razão.
tens tu e tinha eu quando te disse que achava os goeses pessoas muito inteligentes.
basta ler-te todos os dias como eu faço, para me certificar da teoria.
mas EU que só queria que se tivesse a atenção para com o meu pai, que ELE devidamente merecia, QUE tenho EU a ver com isso?
Gi:
Compreendo a sua forma de sentir e acho bem que a tenha expressado de forma tão directa. Sei que estava com alguma expectativa nesta homenagem ao seu Pai, daí o sentir-se assim magoada pela forma como decorreu. Mais importante que tudo é o seu Pai continuar bem vivo dentro do seu coração pelo modo como sempre a ele se refere!
pDuarte e M.A - não foi só por causa do meu pai; o Dr.Frederico Antunes não foi lá para falar do meu pai, o Professor Narana Coissoró deveria ter feito uma introdução como deve ser a todo o programa da Casa de Goa.
Se só tem cabeça para o CDS então não tenha outros cargos;
Mas, afianço-te, PDuarte, não foi esse o caso, concerteza.
As pessoas inteligentes são-no sempre e a postura tem que ser condigna.
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