ONTEM, AO FINAL DA TARDE, SE TIVESSE FICADO PARADA NO MESMO LUGAR E EM PÉ DURANTE ALGUM TEMPO, ATÉ UM CÃO ME TERIA MIJADO PARA AS PERNAS!

Grande título este, em vários aspectos.

Pois então porque escrevo este título tão grande?

Porque senão o post ainda seria maior.

Tudo começou pelo simples facto de não ter saído à minha hora habitual (16h30) e porquê?

Porque, de vez em quando, nesta empresa de dois-chefes-e-uma-secretária acontecem coisas mirabolantes como não se fazer nada durante o horário laboral se não discutir-se o sexo dos anjos até ao almoço, os dois-chefes-sem-a-secretária irem almoçar e chegarem às 16h25 e terem descoberto finalmente o sexo dos anjos e precisares de partilhar comigo naquele preciso instante a dita, para desdita minha que tenho sempre grandes alterações a fazer a tanto brainstorming.

Abreviando, saí do emprego às 17h45, supostamente, pensava eu, ainda a tempo de ir ao ginásio.

Chegando ao metro, passava em letras luminosas a informação de que a linha verde se encontrava perturbada, tadita!

O metro da linha verde chega, Gi entra e, espantosamente, consegue lugar no meio daquela amálgama de corpos; a Gi e mais o seu-saco-de-ginásio-de-20-quilos.

Só que as perturbações da verdinha, tadita, foram piorando, e entre o pára e arranca, chegou-se ao Martim Moniz eram 18H30, altura em que uma voz de macho nos diz: toca a sair aqui que a verdita está em estado terminal e não pode andar mais.

O Martim Moniz, dado que se entalou numa porta, e ela nem abriu, nem fechou, deixou-nos uma fresta para podermos passar, o que demorou cerca de 10 minutos para se conseguir assomar à superfície, por entre indianos e chineses, e sacos de plástico e porcaria por todo o lado.

Assomada à superfície, o ror de gente para cá e para lá, por causa da verdita e por causa do Natal era mais que muito e eu mais o meu-saco-de-ginásio-de-20-quilos conseguimos slalonar até ao Cais do Sodré onde cheguei às 19h00; dado que já não valia a pena ir ao ginásio, resolvi ir para casa; os painéis diziam que o próximo comboio a sair tinha hora marcada para as 19h15 e ia para Cascais, coisa que a mim não me dava jeito nenhum porque não parava na estação de acesso a caselas, o outro partiria às 19H17 parando em todas as estações (é este! é este!) e o outro partiria com destino a S.Pedro às 19h25 (também poderia ser este, se fosse masoquista).

Enquanto eu olhava para as placas e pensava aqui há coisa em plena hora de ponta e sendo 19h00 só há comboio às 19h15, vejo partir o comboio que estava na linha de S.Pedro e que, supostamente, só partiria às 19h25.

É claro que tive que ser eu sentadinha no pára-em-todas que tive que estar a reconstruir mentalmente o filme dos acontecimentos, que os altifalantes da estação do Cais do Sodré estavam muditos .

Ali tinha havido coisa, e o comboio que partiu para S.Pedro foi um que saiu bué de atrasado.

O comboio para Cascais partiu à hora marcada, 19h15 (e chegou ao Cais do Sodré 2 minutos antes) e o meu, vai de ultrapassar as 19h17 e por aí fora até, de repente, ver chegar o maquinista mais revisor todos afogueados como se tivessem vindo do Martim Moniz, o maquinista vociferar "que eram todos uns preguiçosos", enfiar-se a parelha, dentro do "cockpit" e partirem às 19H30!

Mais tarde o revisor saiu e informou que alguém resolveu que não havia de ser só ele a ter um mau dia (isto sou eu a eufemismar).

Cheguei a casa (que não era o meu destino inicial) passava das 20h00 e a pensar que mais valia ter ido até ao Porto (que também não era o meu destino inicial, mas pelo tempo que levei a chegar a casa, até parece que vivo no Porto ou arredores).

O bom da coisa: sim que eu tento sempre ver o lado positivo da coisa foi que vi as iluminações de Natal acesas. Yuppie!

É Natal no reino de Portugal.