Perguntei um dia ao meu pai de que cor era o natal. Ele disse-me para eu fechar os olhos. Foi o que fiz. E então vi: as letras da palavra natal. Havia nelas um pinheiro com luzes a acender e a apagar. E havia o musgo do presépio que a minha avó construía, com montanhas e lagos, uma estrela a brilhar e caminhos e caminhos em direcção a Belém. Essa é para mim a cor da palavra natal, uma cor de muitas cores, ou talvez o verde, mas um verde mágico, um verde que só há em cada uma das letras da palavra natal, onde também se ouve a música de um trenó a deslizar na neve e que traz de muito longe um velho de barbas brancas. Dizem que é o Pai Natal. Eu sei que é o meu pai, tem uma prenda para mim, é apenas uma palavra, Natal, diz ele. E então eu fecho os olhos e vejo de novo o verde dessa palavra, que letra a letra me apetece distribuir a todos.
MANUEL ALEGRE
2 comentários:
Bom Dia Gi :-)
Gostei da história, muito. Gostei da ilustração, muito!
Querida Gi,
O Verde da Esperança decerto liga bem, ms semnpre vi o Natal como Branco, por ser como os cheques nessa condição, com a valia suspensa até que sejam preenchidos. E não será a Felicidade ou Infelicidade que em cada um vivamos esse preenchimento mágico?
Beijinho
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