terça-feira, 17 de março de 2009

CONHEÇAM A TERRA DO(S) MEU(S) PAI(S) 7

A ÚLTMA NAU DA CARREIRA DA ÍNDIA
A Fragata "D. FERNANDO II E GLÓRIA", o último navio à vela da Marinha Portuguesa e também a última "Nau" a fazer a chamada "carreira da Índia", foi a última construção naval dos estaleiros do antigo Arsenal de Marinha de Damão, depois de vários séculos de laboração.
Construída com madeira de teca, foi lançada à água a 22 de Outubro de 1843 e a viagem inaugural, de Goa para Lisboa, teve lugar em 1845.
Durante os 33 anos em que navegou, percorrendo cerca de 100 mil milhas correspondentes a quase 5 voltas ao mundo, a "D. FENANDO", como era conhecida, provou ser um navio resistente e de grande utilidade, tendo efectuado numerosas viagens à Índia, a Moçambique e a Angola para levar àqueles territórios portugueses unidades militares do Exército e da Marinha.
Este belo veleiro, que durante anos foi um ex-libris do Tejo e serviu de modelo a muitos pintores, foi vítima de um grande incêndio em 1963, que o destruiu em grande parte. Desde então e durante três décadas, esteve encalhado e adornado, teimando em mostrar que o desgaste do tempo não se devia sobrepôr ao esquecimento dos homens.
Em Janeiro de 1992 o casco do navio foi removido do local onde se encontrava e transportado para o estaleiro "Ria-Marine", em Aveiro, para reconstrução, regressando a Lisboa em 1996 para completar o restauro e fazer o seu apetrechamento como museu flutuante. A fragata será entregue ao Museu de Marinha e preparada para figurar, em cais próprio, na EXPO 98, no ano que marca a chegada de Vasco da Gama à Índia, por mar.
Como museu vivo que se pretende que seja, a Fragata "D. FERNANDO II E GLÓRIA", será uma testemunha eloquente da brilhante história marítima portuguesa, orgulho para as gerações actuais e um exemplo para as gerações futuras.
Do desdobrável da INCM - Imprensa Nacional Casa da Moeda, alusivo à moeda comemorativa lançada em 1996.
Obs.: 1. D. Fernando II foi marido de D. Maria II, a rainha que elevou Pangim a cidade com o nome de Nova Goa e a transformou em capital do Estado da Índia em 1843, o ano em que esta fragata foi construída; foi uma das figuras mais proeminentes do movimento romântico português e da renascença cultural e artística em Portugal na 2ª metade do séc. XIX.
2. A designação GLÓRIA proveio da grande devoção que as gentes de Goa e Damão dedicavam a Nosa Senhora da Glória.
3. Os estaleiros de Damão foram extintos pouco depois da construção deste veleiro.
Praia de Benaulim, onde a minha mãe nasceu

3 comentários:

1/4 de Fada disse...

Já comentei lá atrás, no caril :), mas aqui tenho a certeza de que lês, porque parece que sou a 1ª. Tenho andado assoberbada de trabalho... já me marcaste falta de presença? Hoje chego a tempo à aula de História da Índia!

Patti disse...

As explicações dos nomes dados, são sempre muito curiosas de se conhecer.

paulofski disse...

E que lições de história Gi.