quinta-feira, 23 de julho de 2009

E COMO NATAL É QUANDO ESTA MULHER QUISER ...

Eis um conto do meu professor de Escrita Criativa e que aqui publiquei em 19 de Dezembro de 2008.


Pedro Sena-Lino escolheu o vermelho (ou encarnado) como a Cor do Natal.



corre-nos por dentro e não o conhecemos.
rio secreto, que tinge cada pulsação dentro do mundo, cada olhar para o infinito. é no vermelho a casa, o caos e o sol.
andamos de pé dentro de nascer, como animais de luz à procura do seu lugar na noite. o nosso peso em estrelas, o destino de um corpo proibido, gerado das junturas do impossível com a água de amanhã. alguém nasceu o meu futuro sendo uma criança.
não conheço o meu sangue. não posso sentar-me à beira da sua corrente e ver-me passar, em direcção de tantas entregas, tão iluminadas quedas.
perceber o vermelho é andar, ter uma casa na distância, quando sinto que o universo está na raiz dos ossos e na sua explosão de dar. fazer do sangue os gestos, quando passo todos os limites do possível para quebrar os selos da noite permissível.
cair inteiramente no futuro em gestos redentores. esta a minha casa, este o destino dos rios que correm dentro do meu corpo, este sou eu: reordenar o sol quando ando. este o destino do sangue, o modo do vermelho: dar-me. sentar-me à beira de mim e chegar-me.
e no mesmo volume de astros, ser a casa e caos que reinventa: o vermelho interior, nascido há dois mil anos, a emergir do presente absoluto.

4 comentários:

Precious disse...

Comentário apenas ao título: ainda ontem andei a cantar o Jingle Bells. Porquê? Apeteceu-me e é um facto que costumo ter uns anseios natalícios por volta de Agosto. Explicação? Não há.

Filoxera disse...

Esta é mesmo uma escrita criativa!
Beijos (já não vermelhos; o baton já se foi há umas hoas ;-)))

PAS[Ç]SOS disse...

CUIDADO!!! Vou dizer mal.

É, na verdade, escrita criativa mas que pinta muito sem penetrar. construção de ideias imaginativas mas que não perfuram. Não vêm de dentro, nem tocam dentro. Vermelho lembra-me sangue e, por estar aqui no 31, Benfica. Mas nada mais me toca do que a embalagem... nem a curiosidade de saber se há algo lá dentro. Lamento. Sintam-se à vontade para bater-me.

Gi disse...

PAS[Ç]SOS: Escrevi-te sobre isto ontem. ;)