Às eleições autárquicas nunca falhei.
Porque dizem directamente respeito ao concelho onde vivo. E que excelente concelho o meu!
Sempre votei, como já sabem, PSD e calhou-nos a boa sorte de neste partido ter crescido Isaltino de Morais e de ele ser autarca por Oeiras.
Nas últimas eleições o PSD retirou-lhe o tapete, por razões que são do conhecimento público e ainda não havendo culpa formada sobre Isaltino.
Isaltino concorreu como independente e eu voltei a votar nele.
Nestas eleições estou completamente desaltinada. Isaltino de Morais foi condenado a 7 anos de prisão efectiva e eu não brinco com coisas sérias. Não posso, em consciência, nele votar, ou correria o risco de ter que deixar passar casos bem mais graves ou, na essência, semelhantes, mesmo sendo crimes em que não há mortos, nem feridos.
Não sei em quem votar: não (re)conheço aos outros mão-de-obra, não lhe conheço a obra e, moralmente, não posso votar no autarca que obra tem ... e se ela é um oásis num deserto.
Vou votar em branco, na nada secreta ilusão de que outros votarão nele e me resolverão os meus problemas de consciência.
Abobra, que desaltino!
13 comentários:
ontem andei pela tua zona/concelho e vi cartazes do Isaltino... ele mesmo com a pena continua a ser candidato ou são cartazes antigos?
É candidato, sim; como a pena ainda não transitou em julgado ele pode candidatar-se; eu é que não posso votar nele, tendo ele sido julgado e condenado.
Já aqui tinha deixado a minha opinião num post que escreveste sobre ele; agora ainda mais, reitero a minha opinião.
Mas que foi dos melhores presidentes de câmara que Portugal já teve, isso ninguém lhe tira.
Ora aqui está uma situação em que é um descanso viver no concelho limítrofe. Se assim não fosse acho que também me debateria com esses pesos de 'consciência'. Que em Oeiras há obra feita... é evidente!!!
A todos os fãs do Isaltino, dedico o cartoon que publiquei no meu blog ;)
Um caso bicudo, sim, senhora. Vamos ver o que dizem os tribunais superiores. Mas acho que o senhor vai ser reeleito.
Não concordo contigo, na parte em que ele foi condenado a 7 anos de pena efectiva. Lá concenado foi, mas a decisão não transitou em julgado, portanto ainda não se pode afirmar, sem margem para dúvidas, que a pena vai ser essa.
Aliás, inclino-me que seja outra, e ainda outra no Supremo Tribunal de Justiça.
Nada irá contra os teus principios continuares a votar no homem (se quiseres, claro), porque isso de ele ter sido condenado...
"Até ao trânsito em julgado presume-se inocente" ;)
enxofre
Diabbita querida leste o meu comentário de resposta ao Vício?
O facto é que ele foi condenado: não foi ilibado e, pelos vistos, dá-se como provados vários factos.
O triste neste país é que as coisas vão de recurso em recurso e um juíz desdiz o outro e por aí fora.
:)
E tu não leste o Acordão...
Para mim é assim: ou há factos e provam-se, ou há factos que não se provam, e a condenação só pode ser porque se provam factos, nunca pode ser, como lá está escrito "não se provam os factos x, y, e z, mas é convicção do Tribunal (ou seja é convicção pessoal das pessoas que são os juízes) que o arguido é culpado, logo condena-se"
Se começamos a ser condenados "por convicção do Tribunal"... estamos bem lixados, transformamos os juízes em deuses, e é a desgraça!
Eles já pensam que são deuses, agem como se fossem, não me parece bem que aceitemos isso de ânimo leve.
Imagina que um dia vais a Tribunal (ng está livre) e o Juiz não vai com a tua cara... "por convicção do Tribunal" condena-te... parece-te bem?
enxofre
Nota: não, não estou a defender o Isaltino, é só a minha posição, face ao Direito.
Diabba (dasse):
o Direito é um queijo suiço.
(falei em queijo não em taxista)
toda a gente com poder ou dinheiro em Portugal é toda a vida presumívelmente inocente até ser definitivamente inocentado.
não quero dizer com isto que Isaltino seja culpado de alguma coisa, estou a dizer que nunca poderia ser outra coisa que não fosse um inocente.
Olha Gi, em abono da verdade, Isaltino é o midle name deles todos. Ele teve o azar de ser apanhado. É por isso que eu não voto em ninguém. Nem com pena, nem sem pena.
Compreendo-te perfeitamente, e provavelmente teria a mesma dúvida se votasse em Oeiras... Mas o que mais tristeza me causou ao ler este post e os comentários feitos até agora é que, na realidade, não é nos políticos que me custa já não acreditar... e sim nos tribunais! Nunca se percebe, nestes casos mediáticos, se realmente houve provas contra os arguidos, se se provou alguma coisa ou se é só, como escreveram aí em cima, a opinião do juíz em causa! Porque, se houve provas, eles seriam condenados em todas as instâncias, mas se não as houver essas condenações vão depender dos juízes que julgam cada caso, em cada instância... Ou, mais grave ainda, mesmo havendo provas, tudo depende da inclinação do juíz! Olha, já não devo estar a fazer sentido, já escrevi mais do que a conta, não te ajudei em nada e vou calar-me.
Fazem todos muito sentido.
Só não faz sentido é termos que confiar em quem não faz sentido nenhum.
Termos consciência custa tanto e complica, não é?
Da parte que me toca irei votar e o meu voto será para uma senhora que tenho muito em conta embora saiba de ante mão que não terá força para vencer a corrente do rio!
Enviar um comentário