terça-feira, 21 de agosto de 2007

O GIRASSOL


De oiro e negro se veste o girassol.

Que símbolo mais fiel poderia eu encontrar?

Por mais que olhe para o sol

Metade da sua vida na sombra há-de passar.

José Juan Tablada

2 comentários:

Anónimo disse...

Estou de volta!

Há sempre um regresso... um recomeço... um reencontro com amigos.

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto.
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...


Creio no mundo como um malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para êle e estarmos de acordo...


Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...


Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

Alberto Caeiro,in O guardador de rebanhos

V. disse...

Girassol? Hummm, isto é-me familiar!