Sugestão para um dia em que você não tiver nada com o que se preocupar e estiver até convencido que o mundo pode melhorar, deve melhorar, tem de melhorar. Finja que é agora. Simule optimismo. Imite alguém acreditando no futuro com toda a força. Faça cara de quem não tem dúvidas de que tudo vai dar certo. Convença-se que tudo vai dar certo. Pronto? Agora pense na China.
Desanimou, certo? É impossível pensar na China e continuar, mesmo em fingimento, despreocupado. Dentro de muito pouco tempo vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto do mundo surpéfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai existir a China. O nosso destino é, enquanto a China cresce, irmos ficando cada vez mais desnecessários. Em o quê? Vinte anos? A China terá o maior parque industrial, com a mão-de-obra mais abundante e, portanto, mais barata da Terra e produzirá de tudo para tudo. E o maior mercado consumidor da Terra será qual? O dos chineses, mesmo ganhando pouco. A China concentrará toda a actividade económica do planeta entre as suas fronteiras. A China se bastará.
Mas não pense que vamos ficar assistindo ao espectáculo da auto-suficiência chinesa da cerca, esperando alguma sobra. Antes de se tornar definitivamente auto-capaz, a China terá de garantir as fontes da sua energia. O seu inevitável choque com aquele outro sorvedouro de combustível fóssil, os Estados Unidos, pelas últimas reservas de petróleo do mundo pode literalmente nos arrasar. Sugestão para a reflexão antes de dormir esta noite, se você conseguir dormir: o petróleo do Oriente Médio escasseando, dois monstros sedentos cuja sobrevivência depende do petróleo se enfrentando - e nós no meio. Ganhará o confronto final, nuclear ou não, quem tiver mais gente. A China tem muito mais gente do que os Estados Unidos.
Enquanto isto, a Índia ... Mas chega. Reanime-se. A vida é boa, há borboletas, pudins de laranja, música boa e mulheres frescas. Eu, na verdade, não tenho com o que me preocupar mesmo. Estou a caminho da fase pré-fóssil e não estarei aqui quando tudo isto acontecer. Mas só queria avisar.
Luis Fernando Veríssimo
in "Expresso" de há 2 ou 3 anos (não guardei a data)
12 comentários:
Concordo com ele. A China está a tornar-se a Super Potência. Gostava de lá ir.
Bom domingo.
A ests horas da manhã? Não dormes?
rufino fino filho: E olha que já acordei tarde. ;)
Durmo muito pouco, mas deito-me cedo: Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer.
Ficaste com os olhos em bico, não?
De facto é uma pura realidade. A mesma aflige.
Medo.....Medo.... Muito medo.
:-))))))
TROUXE-TE A MANTA PARA TI.
d.antónia ferreirinha: obrigada; vou mandá-la para a China para a porem novinha em folha, sim?
Garanto que não te lembraste à minha custa que só publiquei de manhã :)
A national geographic de Agosto é toda ela um destaque à China, ao modo como tem vindo a evoluir e uma espécie de profecia em como se não mudam a sua política eles próprios vão dar origem ao seu colapso. Quer dier, ainda não acabei de ler tudo.. vamos lá ver o que reservam as próximas páginas.
Já lá vou cuscar;
Então não ias deixar o que não tem nome ter férias?
Neste texto, apenas aquela parte dos EUA, considero um bocado exagerada ... espero! ;)
Vou mostrar as nossas leituras a quem disser que não há coincidências... Comentei o post anterior antes de ler este... :)
nikky: é realmente impressionante! ;)
O sem nome está de férias mas deixou-me a pass do login, ahahahahah
Tenho estado a ler este artigo desde 6ª... melhor dizendo, eu oensei que era um artigo deposi percebi que é todo o nº e estou agarrada àquilo. Acho que fiquei viciada na China!!
Tinha que recomendar :)
olha! ah pois é...
Cada vez gosto menos de Chineses....
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