segunda-feira, 22 de setembro de 2008

EM BUSCA...


D'Aquele Abacateiro
nascido no meu quintal
tantas saudades eu tenho
que chegam a fazer mal.

Ramos abertos, estendidos,
querendo apanhar o céu,
Abrigava-me do sol,
Servindo-me de chapéu.

Debaixo dele brincava
E ele velava por mim
Oferecia-me os seus frutos
Éramos felizes assim.

Um dia tudo acabou
Abruptamente houve um fim
Separámo-nos, ele e eu
E para longe dele eu vim.

Ele ficou sozinho
Chorando seu triste fado
Porque foi ela embora?
Porque me terá abandonado?

Tantas saudades eu tenho
que chegam a fazer mal
Daquele Abacateiro
nascido no meu quintal.

Só queria que soubesses,
meu companheiro de então
que não ficaste sozinho,
eu trouxe-te no coração.

Se tu já tiveres partido
para o Jardim do Paraíso
Reserva-me lá um cantinho
com uma tabuleta de aviso:

"À espera de uma amiga,
que conheci antigamente
As saudades que doeram
vão acabar, finalmente".

Meu querido companheiro,
No Jardim Celestial
Eu serei o teu adubo
E tu medrarás divinal.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tão giro! Quando é que tu escreveste isto? Porque não há poemas de agora?

Gi disse...

Escrevi isto há 2 anos, apesar de ser sobre recordações de infância/adolescência.
Há aí outros espalhados pelo blogue.

M disse...

Inspirada...

Anónimo disse...

Tanta giratória e ainda não me saiu nenhum!