GI EM COSCUVILHICE TOTAL

Tarde passada no dentista, em amena cavaqueira, porque o teu dente é só 10 minutos e está pronto.

Gi abre a boca e dentista começa no 1º dos dez minutos chegando à conclusão que ali há chumbos para dentes e dentes pró chumbo, gengiva que se meteu, parvalhona que sei lá, onde não era chamada e invadiu parte do buraco de um dente, qual Bush em terras iraquianas.

Vai de dar anestesia local, que há que ser implacável com o invasor, mas não com a Gi que, tadinha, não tem culpa nenhuma, a não ser dever ter ido arreganhar a dentuça mais cedo.

Ai aquele teu dente aqui ao lado, mulhé, já quase que o não tens, vamos ter que lhe pôr uma coroa.

Lembrei-me logo porque é que eu não andava a arreganhar a dentuça para aquele lado.

[Olha trata mazé da cremalheira de Mr. Darcy, que eu depois logo te digo quando quero ter um dente-rei, sim?]

Uma coisa vais fazer, Gi, que tu para fabricares tártaro estás por aí.

Pois, bem me parecia que só fabricava inutilidades que nem para a cova de um dente me servem.

Vais à farmácia e compras um escovilhão. Não te esqueces?

Não sei se ela se referia ao objecto propriamente dito ou à palavra, mas como eu nem nunca tinha visto o objecto nem ouvido a palavra e não querendo dar parte de fraca retorqui-lhe que não que não me esquecia.

Vim a rever mentalmente tal palavrão e, quando cheguei à farmácia, digo, toda decidida:

- Gostaria de comprar um cuscovilhão!

Podem-se rir, podem, com todos os dentes que têm na boca, mas depois não se esqueçam de os limpar com um apetrecho desses, de todas as cores, formas e espessuras.

Depois digam-me me lá se eles não são uns cuscos a meterem-se por entre os dentes, a espicaçarem, e a limparem-lhes a vida que os une.