A morte é parte da vida. Uma parte da vida tão difícil de aceitar quanto mais sofisticada é a cultura em que se morre. Se alguns povos celebram a morte como renascimento, outros são os que a choram perpetuamente inumando as suas vidas em roupa negra e cemitérios solitários. Hábitos e culturas diferentes. Nascemos a gritar no meio de muita gente. Todos se preparam para nos receber em festa. Quando morremos, muitas vezes fazemo-lo sozinhos, sem que ninguén se aperceba, em silêncio.
No Oriente é difícil morrer sozinho. Só existe um tipo de família: aquela em que todos partilham o mesmo chão, a mesma refeição, o mesmo quotidiano, o mesmo tempo. Quando o fim se anuncia há sempre tempo. Tempo para pegar numa mão, para beijar uma face. Tempo para trocar as últimas palavras de afecto. Tempo para começar a construção da memória, essa vida eterna que nos assiste.
1 comentário:
Obrigada a todos os que me enviaram sms's, emails, telefonaram, comentaram no post abaixo (seus malandros) e a todos os outros que estiveram comigo em pensamento.
Ontem foi um dia para eu estar com o meu pai, igualmente, alicerçando memórias.
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