Tomou o gaio as penas
Dum pavão, que mudava;
E co'elas se amanhando
E, dando-se por linda personagem,
Foi, entre os mais pavões, pavonear-se.
Ei-lo que é conhecido-
- Ei-lo apupado,
Zombado, assobiado,
Chasqueado, escarneado,
E à finca depenado
Pelos Milordes pavões.
Busca acolhida
Entre os seus,
mas os seus por gaio o engeitam.
Como ele, há de dous pés infindos gaios,
Que amiúde se enfeitam
Com despojos alheios;
Seu nome é Plagiários.
Mas chiton!
- Que eu motivo dar de nojo
Não pretendo a ninguém.
Nem também quero
Meter a fouce na seara alheia.
Filinto Elísio (1734-1819)
8 comentários:
Também gosto muito destas cantigas.. de escárnio?? 8(
Continuação de Boas Festas! :)
E olha tantos, que andam praí...!!!
Obrigada pela tu visita. Devagarinho lá vou conhecendo as vizinhas.
Sobre este gaio, muitos há por aí que se vestem de outras penas. Mas cantam sempre como gaios e nunca como pavões!
Bjs
Olá, Gi.
Logo passa no Escrito a Quente, sim?
Há lá algo à tua espera.
Um beijo.
Mudaram-se os tempos mas, se olharmos à nossa volta, daremos conta que a actualidade do que aqui diz Flinto Elísio está bem presente.
Um bom ano de 2009!!!
Gi, passei apenas para desejar um Feliz 2009!
Beijinhos
Uma pessoa habitua-se a ler-te diariamente. Estás há dois dias sem escrever. Oh não!!!!
Espero é que esteja tudo bem contigo e boas entradas em 2009.
Beijos
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