Tudo começou num autocarro.
Rosa Parks era uma costureira de 42 anos quando entrou para a história americana.
No 1º dia de Dezembro de 1955, estava num autocarro, na cidade de Montgomery, Alabama, quando um homem branco exigiu que ela se retirasse do banco onde estava para ele se poder sentar.
Rosa recusou-se, desafiando as regras que obrigavam as pessoas negras a ceder os seus lugares no transporte público às brancas. Com este acto, Rosa foi presa e multada em US$ 14. A prisão da costureira desencadeou um boicote de 381 dias ao sistema de autocarro, organizado pelo pastor da Igreja Baptista, Martin Luther King Jr.. Anos mais tarde, Luther King ganharia o Prémio Nobel da Paz graças à sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Em 1957, depois de ter perdido o emprego e recebido ameaças de morte, Rosa e seu marido, Raymond, mudaram-se para Detroit, onde ela trabalhou como assistente no escritório de um congressista democrata. "Ela era muito humilde, falava baixinho. Mas por dentro tinha uma determinação que era feroz", disse o político John Conyers. "Ela tinha qualidades de uma santa", acrescentou Conyers, para quem Rosa trabalhou como recepcionista de 1965 a 1988. "A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no autocarro foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Aguentamos aquele tipo de tratamento por muito tempo", disse Rosa em 1992 a respeito do que fez em 1955. Em viagem à África do Sul, o reverendo Jesse Jackson, um dos principais defensores dos direitos civis nos Estados Unidos, enalteceu Rosa, lembrando que este seu acto, aparentemente simples, forçou os negros americanos a "levantarem-se", sim, mas pelos seus direitos. "Ela forçou o resto de nós a levantar-se. Foi um esforço consciente de uma lutadora pela liberdade", disse Jackson, durante uma entrevista colectiva em Joanesburgo. ."Rosa Parks foi verdadeiramente a mãe do movimento moderno pelos direitos civis", disse Julian Bond, dirigente da maior organização de defesa dos direitos dos negros, a NAACP, da qual era membro desde aquele dia em que desobedeceu a lei de apartheid americana. No entanto, foram precisos 41 anos para que o governo americano reconhecesse o acto de Rosa e a premiasse com a "Medalha Presidencial pela Liberdade", em 1996. Em 1999 o Congresso americano agraciou-a com a Medalha de Ouro, a mais alta condecoração dada a civis.
Sobre o Dia Mundial da Luta contra o Sida outros falarão. Por aqui conta-se História.
Rosa Parks era uma costureira de 42 anos quando entrou para a história americana.
No 1º dia de Dezembro de 1955, estava num autocarro, na cidade de Montgomery, Alabama, quando um homem branco exigiu que ela se retirasse do banco onde estava para ele se poder sentar.
Rosa recusou-se, desafiando as regras que obrigavam as pessoas negras a ceder os seus lugares no transporte público às brancas. Com este acto, Rosa foi presa e multada em US$ 14. A prisão da costureira desencadeou um boicote de 381 dias ao sistema de autocarro, organizado pelo pastor da Igreja Baptista, Martin Luther King Jr.. Anos mais tarde, Luther King ganharia o Prémio Nobel da Paz graças à sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Em 1957, depois de ter perdido o emprego e recebido ameaças de morte, Rosa e seu marido, Raymond, mudaram-se para Detroit, onde ela trabalhou como assistente no escritório de um congressista democrata. "Ela era muito humilde, falava baixinho. Mas por dentro tinha uma determinação que era feroz", disse o político John Conyers. "Ela tinha qualidades de uma santa", acrescentou Conyers, para quem Rosa trabalhou como recepcionista de 1965 a 1988. "A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no autocarro foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Aguentamos aquele tipo de tratamento por muito tempo", disse Rosa em 1992 a respeito do que fez em 1955. Em viagem à África do Sul, o reverendo Jesse Jackson, um dos principais defensores dos direitos civis nos Estados Unidos, enalteceu Rosa, lembrando que este seu acto, aparentemente simples, forçou os negros americanos a "levantarem-se", sim, mas pelos seus direitos. "Ela forçou o resto de nós a levantar-se. Foi um esforço consciente de uma lutadora pela liberdade", disse Jackson, durante uma entrevista colectiva em Joanesburgo. ."Rosa Parks foi verdadeiramente a mãe do movimento moderno pelos direitos civis", disse Julian Bond, dirigente da maior organização de defesa dos direitos dos negros, a NAACP, da qual era membro desde aquele dia em que desobedeceu a lei de apartheid americana. No entanto, foram precisos 41 anos para que o governo americano reconhecesse o acto de Rosa e a premiasse com a "Medalha Presidencial pela Liberdade", em 1996. Em 1999 o Congresso americano agraciou-a com a Medalha de Ouro, a mais alta condecoração dada a civis.
Sobre o Dia Mundial da Luta contra o Sida outros falarão. Por aqui conta-se História.
7 comentários:
Li noutro dia esta história no Caderno do Saramago.
Sabia desta história, mas não de todos os seus pormenores. Principalmente daqueles que levaram os da 'terra de todas as liberdades e oportunidades' a demorar 41 anos a reconhecer este acto
Tambem conhecia a historia mas nao de uma forma tao promenorizada.
olá Gi
uma heroína, é bom lembrar estes factos :-)
Já escrevi sobre este episódio no Rochedo da Memórias. É um episódio marcante também na luta das mulheres pela igualdade, como salientei igualmente no CR no último 8 de Março.
Hoje apanhei o meu pai a explicar ao meu irmão que hoje era feriado porque era o dia da Restauração da República.
Eu fiquei a pensar naquilo e só passado uns 10 minutos é que se fez luz: República? República? Em 1640? WTF?!
Houvesse mais gente com esse tipo de determinação e talvez o Mundo não estivesse como está...
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