quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

COM PALAVRAS DADAS HÁ QUE ESCOLHER ENTRE

Há uns anos resolvi dar um passeio com os meus filhos, citadinos de pai e mãe, a uma quinta pedagógica no Alentejo.
Esta quinta, destinada especialmente às crianças, aliava, por isso mesmo, a componente lectiva a todo o imaginário lúdico-infantil.
Nos campos, as árvores traziam, orgulhosamente, ao peito o seu BI: o mestre Castanheiro, tinha mais de 500 anos e sabia tudo sobre os Descobrimentos, a menina Figueira, tinha 3 anos, e tinha vindo da Índia trazida pelos donos da quinta.
Ervas daninhas de mãos dadas às flores campestres desenhavam círculos e outras geométricas figuras em redor de arbustos, deliciosamente, moldados com figuras do mundo mágico das crianças.
Espraiando por lagos e rios, saltitando por pontes e pérgolas, as crianças aprendiam e apreendiam como era a vida no campo.
Havia a casa onde viviam os 3 porquinhos, com a mesa posta com pratinhos de chouriço e de fiambre, com bolotas para se dar aos porquinhos e até o lobo, uma espécie em vias de extinção, se sentava em amena cavaqueira com os presentes desfiando ficheiros secretos de porcos pretos.
Noutro canto da quinta, um moinho navegando num mar de trigo, andava à nora num serpenteante rio.
Os meus filhos adoraram pôr as mãos na farinha e brincarem com ela assemelhando-se a dois palhaços de um circo moldado a maçapão.
Chegada a hora do almoço, estendemos uma toalha junto a um campo de golfe explorado por umas toupeiras em que, para sobremesa, nos buracos abertos as crianças enfiavam balões e recebiam guloseimas em troca. Escusado será dizer que foi a loucura total, principalmente quando o Ministro das Finanças resolveu fazer a sua aparição, de surpresa -como sempre- e, com uma varinha mágica, transformou hortaliças e cenouras em notas e moedas de Euro que ofereceu dizendo:
Sejam bons para a terra e ela vos dará em dobro.
Moral desta história pedagogicamente correcta: O Ministro das Finanças colhe o que cultivamos.



4 comentários:

Vício disse...

ou será que manda colher!

Patti disse...

Vês, vês eu não disse..... que o ministro era amigo, claro!

paulofski disse...

Então ele que fuja antes que seja colhido por uma ceifeira agricula.

Diabba disse...

Hummm na casa onde viviam os 3 porquinhos, a mesa estava posta com pratinhos de chouriço e fiambre??? hihihihihi e um dos porquinhos já andava de muletas, não? hehehe

beijo d'enxofre

Nota: ao Ministro das Finanças já roguei a praga da queda dos dois dentes da frente, pelo menos a gente divertía-se, mas o gajo deve estar protegido contra pragas... grrrrr