domingo, 5 de julho de 2009

AINDA HÁ PRÍNCIPES ENCANTADOS!

Se está à espera do Dia dos Namorados para arranjar um, não fique sentada... Faça como uma amiga minha que cada vez que sai do carro, vira o retrovisor para o lado do condutor, retoca o batom e diz com uma convicção demolidora que o Príncipe pode estar em qualquer lado. E pode mesmo. É uma questão de fé, totalmente arbitrária e aleatória, mas pode acontecer. Até porque nós, os extraordinários, somos poucos, mas andamos por aí. Isto é o que diz outro amigo meu, que por acaso é mesmo extraordinário e já encontrou a pessoa certa, pelo menos por enquanto. Foi ele que um dia me explicou o que era esse maravilhoso conceito da pessoa certa. A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos faz as mais belas declarações de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem. Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que no futuro nos vão levar à Tour d'Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz e entram-nos no coração bem Devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução para terem a certeza que não se vão enganar. O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções de amor no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz Amo-te, mas o que sente que talvez nos possa amar para sempre. Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos; é que passa de vez em quando férias com os amigos. O Príncipe que sabe o que quer, não é o melhor namorado do mundo; é o marido mais porreiro do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que tem paciência para os meus, os teus, os nossos filhos e que ainda arranja um lugar na mesa para os filhos dos outros. Que partilha a vida e vê em cada dia uma forma de se dar aos que lhe são próximos. Que ajuda os mais velhos a fazer os trabalhos de casa e põe os mais novos a dormir com uma história de encantar. Que quando está cansado fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso. Não precisa de um carro bestial, basta-lhe uma música bestial para ouvir no carro. Pode ou não ter moto, mas tem quase sempre um cão. Gosta de ler e sai pouco à noite porque prefere ficar em casa a namorar e a ver o Zapping. Cozinha o básico, mas faz os melhores ovos mexidos do mundo e vai à padaria num feriado. O Príncipe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes. Claro que com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que um dia podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixar ficá-lo um dia atrás do outro... e se for mesmo ele, fica. (Artigo de uma revista não identificado)

9 comentários:

Miepeee disse...

Com tanto sapo que ha qui nos canis um dia destes comeco a beija-los pode ser que esteja algum disfarcado.

Pduarte disse...

mas podia ser teu.
e a barriguita dos quarente também pode fazer cair uma dinastia?

PAS[Ç]SOS disse...

Oh!... e eu a pensar como iria dizer o texto que escreveras estava lindíssimo... pois, então, é fantástica a forma como tantas verdades estão expressas neste texto... que publicaste!

Diabba disse...

Hummm raios, estragaste-me o comentário! (que seria este) :

Ohhh que conhecias o diabbo-cunhado eu já sabia, não sabia era que tb conhecias o diabbo-marido, e que lhe dedicarias um post!

Bom... tenho que ver quem foi a marmanja da tal revista não identificada, que conhece, e se põe assim a falar os Príncipes alheios. grrrr


enxofre

Anónimo disse...

A autora deste texto é a Margarida Rebelo Pinto... Só para que conste.

Anónimo disse...

Por eu já ter feito um comentário com esta toada e, exactamente, com a mesma linha de pensamento há 2 anos num blogue que é, largamente lido, e ao qual raramente vou. e tendo r. Darcy em mente, por ter encontrado este texto há uns meses, resolvi divulgá-lo.
Ao anónim@: muito obrigada por ter dado um nome ao texto.

Anónimo disse...

Miepeee: Muitas vezes uma letra em falta faz imensa diferença. A Miepeee queria escrever canais. :D

Miepeee disse...

Oh Gi obrigada, tenho de cortar as unhas :P

paulofski disse...

E depois, é preciso acreditar que não basta ter-se sorte mas também fazer da princesa rainha.