terça-feira, 18 de dezembro de 2007

DESABRUNHANDO

Estando farta do Abrunho para o resto da minha encarnação, resolvi levar o fantasma dele para bem longe!

Ainda bem que é o tempo
Em que as mãos se me fecham
E finalmente no gajo uns murros desfecho
E eu vejo que a raiva me sai de entre os dedos
Porque o Pedro Abrunhosa já levou nos queixos

Toda a gente se encontra como eu delirante,
Em bares castiços
Em realidades sonantes.
E a cidade se enche
De cor e aos saltos
Porque finalmente o Abrunhosa já não canta alto.

Quem levou o seu fantasma
Quem vos salvou dessa trampa
Querem saber onde é a campa? (Hope not!)
Ainda bem que é o tempo
Em que o gajo sentiu
que as pessoas se fartaram
Do que ele impingiu.

E eu feliz da vida, em golpes certeiros,
Perdida de riso, enfiava-os inteiros.
De costas voltadas não se vê no escuro
Nem o rumo da estalada
Nem a força do murro

E alguém me gritava
Com voz bem aberta
A cada murro que dava
Acerta, acerta.

Quem levou o seu fantasma,
Quem vos salvou dessa trampa
Querem saber onde é a campa? (Não digo!)
Não me serves já estou farta
Do teu canto falado
Não me serves até me irrita
Não saberes estar calado
Não me serves, és hipócrita
Levaste os sem-abrigo à certa
Não me serves, pensas que enganas
Com essa pose abjecta?

Quem levou o seu fantasma,
Quem vos salvou dessa trampa
Querem saber onde é a campa? (Para os lados do Fantasporto!)
E pensar que já gostei tanto de o ouvir!
Deve ter sido numa outra encarnação, de certeza!

2 comentários:

Alf disse...

Também posso dar um murrinho? Agora que ele está atordoado?

V. disse...

Já pensaste numa carreira como letrista? Tu levas-lhe jeito, mulher!