Retirei, hoje de manhã, da minha estante este livro escrito a 4 mãos.
Por quem?
Por Plinio Apuleyo Mendoza (PAM), grande amigo de Gabriel García Marques (GGM), e pelo próprio Gabo.
Ainda só li o prefácio. Lembram-se deste meu post sobre o meu ódio de irritação, não é verdade? Abri o livro quando já estava quase a chegar ao destino, mas vale a pena compartilhar com vocês.
Ainda só li o prefácio. Lembram-se deste meu post sobre o meu ódio de irritação, não é verdade? Abri o livro quando já estava quase a chegar ao destino, mas vale a pena compartilhar com vocês.
Se tiverem lido o "calhamaço" Viver para contá-la, de GGM, de 579 páginas, apenas, este livro parece-me ser um complemento fantástico!
Foi escrito em 1982, ainda antes de GGM receber o Nobel da Literatura, e nasceu de uma proposta de um editor francês que iniciara uma coleccção de longas entrevistas com autores célebres.
Ora, GGM, era avesso a entrevistas e PAM nunca pensou que conseguisse convencer o amigo mas, apesar disso, falou-lhe da mesma como quem não queria a coisa.
E não é que GGM se saiu com esta? "É uma ideia do caraças. Não estás a ver que desta forma poderíamos dar por despachadas para sempre as entrevistas?"
E assim nasceu o Aroma de Goiaba, publicado em Portugal pela D.Quixote, apenas em 2005, mas com prefácio à edição portuguesa do próprio PAM.
Ainda só vou no prefácio, mas até nele os apontamentos são curiosos.
GGM não usava fraque, era uma superstição que tinha.
PAM brincava com ele. "Terás de pô-lo se te derem o Prémio Nobel".
Quando, de facto, recebeu o prémio arranjou maneira de substituir o fraque por um fato branco de algodão, fechado até ao pescoço com botões. As elegantes senhoras de Bogotá comentaram: "Por que razão Gabo se vestiu de cozinheiro para receber o Nobel?"
Quando foi receber o Nobel a Estocolmo, toda aquela pompa o atemorizou: ampla escadaria, coberta por alcatifa vermelha, por todo o lado flores, trajes de cerimónia, cumprimentos reverentes. GGM vira-se para PAM, em pânico, e sussura: "Merda, isto é como uma pessoa assistir ao seu próprio enterro!"
Já repararam a que preço comprei este livro publicado em 2005?
Foi comprado em 2007, ainda nos tempos das belas feiras do livro que o Carrefour fazia, pela módica quantia de 5 Euros. Adoro goiabas, eu! Espero que vos tenha aberto o apetite.
6 comentários:
Gi
que bela oportunidade essa, preço vs qualidade...podias ter avisado!!! :-))
boa leitura e depois partilha-o connosco.
bj
Se me quizeres oferecer um livrito pelo natal recebo com gosto :)
Sei que vindo de ti não saio mal servido... e quem diz oferecer diz dar uma apinião ou algo parecido :)
Beijokas
Gosto muito de GGM, depois diz se vale a pena.
Querida Gi, não conheço o livro, fico alertado.
Entretanto, o Prémio Nobel é recebido, não de fraque, mas de casaca. Algumas confusões vêm da terminologia brasileira que, julgo, chama esta, a "rabuda" pelo nome do traje e solenidades diurnas que é o "asas de grilo". Mas os protocolos dão sempre como substituto permitido o uniforme equivalente. GGM deve ter aproveitado esta alínea, maesmo que tenha usado fardamento exclusivo...
Beijinho
O livro vale a pena, sim.
pcp: obrigada pelo esclarecimento. Fraque foi a palavra utilizada no prefácio.
GGM - um dos meus escritores favoritos...pena não der dado 5 euros pela goiabada!!
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