quarta-feira, 10 de outubro de 2007

NO COMBOIO DESCENDENTE


que veio de Portimão
eu juro que vi Pessoa
com um mala na mão

No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
E outros sem ser por nada
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...

No comboio descendente
Vinham todos à janela
Uns calados para os outros
E outros a dar-lhes trela
No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...

No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não
No comboio descendente
De Palmela a Portimão.

Fernando Pessoa

7 comentários:

Anónimo disse...

Que tu viste Pessoa...
eu posso testemunhar!
Porque andaria ele
por ali a passarinhar?

Trajado de castanho
com chapéu a condizer
ia puxando a malita
prontinho para descer!

Iria para o Chiado,
para uma sessão de cultura?
às tantas levava na mala
Livros para a leitura!

Gi disse...

Há grande Camilo, que não é (de) Castelo Branco, mas de Viana do Castelo!
E Portugal é um País de Poetas!!!!!

Anónimo disse...

Há ?! grande Camilo? Não seria antes Ah grande Camilo? Ah grande Michéeeeeeeeeeeele

Gi disse...

Soul Brada: Achas que a Micheeeeeeeele vai em comboios? E se vai, serão eles ascendentes ou descendentes?

Anónimo disse...

DA CRUZ QUEBRADA A PALMELA
NÃO HÁ COMBOIO DESCENDENTE
FICAMOS TODOS NAQUELA
O QUE ELE QUER DIZER À GENTE?

Gi disse...

Eu vou-te dizer, Val:

Neste comboio descendente
Que se chama Portugal
só com reinação permanente,
é que ninguém nos leva a mal!

Anónimo disse...

Carreguei ali ao lado
e vim logo aqui parar
eh pá... já tenho saudades
de ir contigo passear.....!!!

De comboio ou de carro
só bicicleta é que não
é que não sei pedalar
posso dar um trambolhão!