quarta-feira, 22 de julho de 2009

INSTANTE DA MINHA ESTANTE

"Aquele que envelhece e que segue atentamente esse processo poderá observar como, apesar de as forças falharem e as potencialidades deixarem de ser as que eram, a vida pode, até bastante tarde, ano após ano e até ao fim, ainda ser capaz de aumentar e multiplicar a interminável rede das suas relações e interdependências e como, desde que a memória se mantenha desperta, nada daquilo que é transitório e já se passou se perde."

“A década que medeia entre os 40 e os 50 anos é para as pessoas temperamentais, para os artistas, sempre uma época crítica, de inquietação e frequente insatisfação, uma altura em que é comum haver dificuldades em lidar com a vida e com nós mesmos. Depois disso, sobrevêm tempos de acalmia. Pude experimentar isso não só em mim mesmo, como também o observei em muitos outros. Por muito bela que seja a juventude, uma época de efervescência e de combates, também o envelhecer e o amadurecimento possuem a sua beleza própria e proporcionam felicidade.
Com 50 anos, o ser humano começa a pôr de lado certas criancices como a obtenção de fama, reputação e estatuto, passando a olhar retrospectiva e desapaixonadamente a sua vida passada. Aprende a esperar, a calar-se, a escutar; ainda que porventura alguma dessas virtudes venha a ser corrompida por quaisquer debilidades ou por algumas fraquezas, nunca deixará de considerar proveitoso este processo.”

É, sem dúvida, um livro de leitura obrigatória, pelos seus ensinamentos e reflexões.
Sei que estou no bom caminho para não me tornar numa velha amarga. Só isso é digno de pena.

8 comentários:

Vera disse...

Vou comprar ;)

Alexandra disse...

O que deliro com os seus livros!

Flip disse...

Gi
tou-te a ver uma cota fixe, altamente curtida ;-)))

Anónimo disse...

Adorei esse livro. Hesse não é de leitura fácil, mas é sempre um prazer lê-lo.
Num registo completamente diferente, recomendo-lhe a leitura do último livro de David Lodge. "A vida em surdina".

Gi disse...

Carlos Barbosa de Oliveira: Já está na lista de compras, obrigada. ;)

Leu O último Verão de Klingsor, igualmente, do HH? É uma verdadeira Bíblia.
Foi reeditado em Portugal agora novamente. Eu penei bastante para ter o meu há 2 anos; até fiz um post no blogue.

Precious disse...

Já li Hesse (Siddartha), mas este não. Fiquei com o apetite espicaçado, mais um para a pilha crescente.

Anónimo disse...

Não, esse não li, ma sespicaçou-me a curiosidade.

Vera disse...

Porque este texto me ficou a bailar nos neurónios, hoje fiz um copy paste :-S
Bjs