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segunda-feira, 16 de março de 2009

UM RAFEIRO PERFUMADO

Ontem, finalmente, fui ver o filme com mais óscares referentes a 2008.
Tive que esperar, porque eu tenho um cinema de bairro e, portanto, aguardo pacientemente que os filmes se apresentem por lá.
Há muito tempo que não estava tão excitada e expectante por ver um filme.
Ontem foi esse dia.
Confesso-vos que, no princípio chorei, devo ter sofrido logo um anti-clímax; chorei de comoção, por ver retratada uma realidade que me habituei a presenciar. Depois não mais voltei a chorar.
Apesar da ideia que presidiu ao filme -ainda não li o livro- ser interessante e original, consegui, a partir de certa altura, ver que a realidade não é um filme; e que o facto de no jogo da roleta que é a vida a resposta vencedora ser sempre a D de DESTINO, porque a nossa vida está escrita desde que nascemos, é muito, muito lata.
Sou daquelas que acredita que nascemos com códigos de alma que podem ser reescritos por nós ou por outros; que se esses códigos nunca forem mudados levamos uma determinada vida do princípio até ao fim, se abrirmos todos os nossos códigos e os utilizarmos nunca poderemos dizer que "ESTAVA ESCRITO".
Por tudo isso, achei este filme, um filme sobre um rafeiro muito perfumado, porque acreditem, se o cinema tivesse cheiro, os espectadores ocidentais, quais turistas acidentais, teriam posto um dedo no nariz e até fechado os olhos, como, aliás, fazem quando vão à Índia.
Quanto às crianças protagonistas do filme, mereciam óscares.
Na Índia sempre me fascinou os olhos das crianças, em todas elas conseguimos sentir o MUNDO, independentemente da realidade em que vivem;
Eu também tive uns olhos assim. Depois vamos crescendo, tornamo-nos adultos, e esses olhos perdem-se e tornam-se iguais a todos os outros olhos, sem Mundo.
A banda sonora, essa sim, merecia um filme.