segunda-feira, 28 de abril de 2008

IR(a)S 2007/2008

Hoje despejei a minha caixa de sapatos no balcão virtual do Ministério das Finanças.

Por esta ordem de despejo obrigatória e pelo favor que lhes faço anualmente ainda temos (Contribuinte A e Contribuinte B) que pagar a módica quantia de 4.000 €.

Habitualmente pagamos cerca de 1000 € porque o Contribuinte A decidiu e muito bem que mais vale estar o dinheiro todos os meses do lado de cá que do lado de lá e, uma vez ao ano, damos ao Estado algum pela bela caixa de sapatos que nos arranjou para guardarmos papéis.

Mas 4000 Euros pelo despejo acho um perfeito abuso!

E perguntarão vocês, acho eu, mas porque é que tu vais pagar tanto Gi?
Eu explico:
O Ano passado, porque a minha sogra já não estava em condições de viver sozinha, vendeu-se a casa que tinha sido dela e do meu sogro.
Devido a essa venda tem que se preencher o Anexo G referente ao que o Estado chama pomposa e eufemisticamente (????) de Mais-Valias e outros Incrementos Patrimoniais!
[Mas o Estado ajuda alguém a comprar casa?
Mas o Estado ajuda alguém a vender casa?
Mas o Estado ajuda alguém a fazer melhoramentos na casa?
O Estado ajuda e muito alguém a ficar sem o dinheiro que, justamente, ganhou.]
Quando eu ia, como habitualmente, entregar, via net, o IRS na 1ª fase eis que me salta a mão do Estado a dizer (vá lá, dantes nem isso!): Alto e pára o baile, querida Gi, que o Estado sabe que vocês alienaram um bem imóvel ... tchhhhh! Ai que os meninos não prestam!
Vai daí a cunhada da Gi resolve meter, literalmente, pés ao caminho e ir saber nas Finanças o que se devia fazer.
Vai daí as Finanças explicam que já que tínhamos vendido um imóvel os herdeiros tinham que dar o seu dízimo (eufemisticamente falando, é claro!) ao Estado.
A minha cunhada ainda esclareceu as Finanças que ela e os seus irmãos nem sequer tinham visto a cor do dinheiro e que esse dinheiro tinha servido todinho para dar uma vida melhor à minha Sogra num Lar!
Ao que as Finanças responderam:
- Achamos lindamente, achamos que são uns filhinhos exemplares, mas o Estado não tem nada a ver com isso!
Pois é, este Estado não é um Estado nem Pro nem Previdência, é um Estado em devidência e em evidência e como tal, evidente e indevidamente, merece ser ajudado por todos nós.
Um grande bem-haja a este Estado que tão bem age.
Quanto ao meu extensível agregado familiar, estamos a pensar todos ingressar na vida política para melhor interagir.

6 comentários:

Laetitia disse...

Erm...
Gi na Casa dos Bonecos! Havia de ser uma coisa gira.

Sabes quem trabalha no M.F? Sabes? Sabes?

Patti disse...

E nessa altura em que ingressares na vida política, acabaste de fazer a tua entrada na porta A e já podes comprar e vender tudo o que quiseres, e, tenho cá para mim, que com jeitinho até não tens mais de preencher essas coisas de IRS's ou lá o que é!

V. disse...

Ai ai ai os meninnos Giraços... andam no negócio dos imóveis, ein??

Unknown disse...

Lar que de certeza custa os olhos da cara e que o Estado não cria condições para que a pessoa não tenha de recorrer...
Triste, que por um lado certas pessoas possam fugir aos impostos praticamente à vontade e por outro lado "as pessoas normais" sejam penalizadas assim...

pensamentosametro disse...

Deixa lá gi, que por aqui também agamos que nem leões, ai desculpa como águias e o que mais me custa é saber que há quem viva à conta...

Bjos

Tita


Eu sei que sabes que eu sei de quem falamos, lá, lá lá....

Anónimo disse...

QUE ENGRAÇADO "AS MAIS VALIAS"
DARIA UM LINDO CABEÇALHO
SABES O QUE DE MELHOR FARIAS
É MANDÁ-LOS TODOS P'RÓ TRABALHO