O Grito, Edvard Munch, 1893.
"Gritei durante 23 anos mas ninguém me ouvia"
Um erro de diagnóstico dos médicos fez um belga passar 23 anos preso a uma cama, já que se pensava que estava em coma. Rom Houben escutava e ouvia tudo à sua volta, mas não conseguia comunicar.
Quando tinha 23 anos, o antigo estudante de engenharia sofreu um acidente rodoviário que o deixou completamente paralisado. Só há poucos meses é que foi provado, através de exames com aparelhos de tomografia, que o cérebro funcionava de maneira normal.
Após várias sessões de fisioterapia, Houben, agora com 46 anos, começou a conseguir digitar mensagens num ecrã de computador. “Todo este tempo tentava gritar, mas não havia nada para as pessoas escutarem", afirmou após 23 anos sem conseguir comunicar com as pessoas. “Frustração é uma palavra muito pequena para descrever o que eu senti”.
O erro foi detectado pelo neurologista Steven Laurey, que acredita que existam muitos casos similares ao de Houben no resto do mundo. O médico acredita que este caso pode ser determinante para que seja dada uma abordagem diferente aos casos de pessoas com paralisias, já que podem não estar completamente inconscientes.
Laurey disse ao "Daily Telegraph" que “só na Alemanha, por ano, cerca de 100 mil pessoas sofrem graves lesões cerebrais traumáticas.” Desse total, cerca de 20 mil ficam em estado de coma durante três ou mais semanas, dos quais alguns acabam por morrer e outros recuperam. "E estima-se que entre 3 mil e 5 mil pessoas permanecem numa fase intermédia: continuam vivos sem nunca voltar."
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Um erro de diagnóstico dos médicos fez um belga passar 23 anos preso a uma cama, já que se pensava que estava em coma. Rom Houben escutava e ouvia tudo à sua volta, mas não conseguia comunicar.
Quando tinha 23 anos, o antigo estudante de engenharia sofreu um acidente rodoviário que o deixou completamente paralisado. Só há poucos meses é que foi provado, através de exames com aparelhos de tomografia, que o cérebro funcionava de maneira normal.
Após várias sessões de fisioterapia, Houben, agora com 46 anos, começou a conseguir digitar mensagens num ecrã de computador. “Todo este tempo tentava gritar, mas não havia nada para as pessoas escutarem", afirmou após 23 anos sem conseguir comunicar com as pessoas. “Frustração é uma palavra muito pequena para descrever o que eu senti”.
O erro foi detectado pelo neurologista Steven Laurey, que acredita que existam muitos casos similares ao de Houben no resto do mundo. O médico acredita que este caso pode ser determinante para que seja dada uma abordagem diferente aos casos de pessoas com paralisias, já que podem não estar completamente inconscientes.
Laurey disse ao "Daily Telegraph" que “só na Alemanha, por ano, cerca de 100 mil pessoas sofrem graves lesões cerebrais traumáticas.” Desse total, cerca de 20 mil ficam em estado de coma durante três ou mais semanas, dos quais alguns acabam por morrer e outros recuperam. "E estima-se que entre 3 mil e 5 mil pessoas permanecem numa fase intermédia: continuam vivos sem nunca voltar."
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Munch descreveu assim a experiência que o levou a pintar a sua obra-prima: «Caminhava eu com dois amigos pela estrada, então o sol pôs-se; de repente, o céu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trás tremendo de medo e senti o grito enorme, infinito, da natureza.»