domingo, 16 de março de 2008

EU AINDA SOU DO TEMPO ...19

Em que se escrevia e se imprimia ao mesmo tempo.
Eu ainda sou do tempo daquelas máquinas de escrever com fita preta e vermelha, em que tínhamos que carregar numa tecla para se escrever a vermelho.
Eu ainda sou do tempo em que tínhamos que carregar com tanta força nas teclas que, muitas vezes, ficávamos com os dedos lá dentro.
A partir de certa altura, tanto fazia carregar na tecla ou não, pois a máquina escrevia a duas cores e furava o papel.
Eu ainda sou do tempo em que, mesmo antes de aprender a dactilografar, assim se verbalizava o acto de escrever numa máquina-de-escrever, o meu pai me deixava brincar aos escritórios e eu escrevia, escrevia, só para ver o carreto a andar para o lado direito do corpo da máquina até tocar um plim-fim-da-linha e termos que voltar a empurrar o carreto da máquina até à posição inicial.
Eu ainda escrevi durante bastante tempo em máquinas deste género; até havia uma profissão específica para pessoas que, nos escritórios, só escreviam à máquina, eram as(os) dactilógrafas(os).
Escrever nestas máquinas dava lugar a uma quantidade de rituais e acessórios envolventes, a saber:
  • folhas transparentes (do tipo papel vegetal fininho) para servirem de cópias; no meu emprego utilizava-se a cópia branca (para o arquivo geral), a cópia azul (para o arquivo específico) e a cópia amarela (para circulação).
  • Para que estas folhas tivessem impresso o mesmo que a folha original, usavam-se os papéis químicos, entre cada uma das folhas. Se nos enganávamos, tínhamos que emendar o original e apagar os erros nas cópias ... era lindo; lá vinham à baila as borrachas específicas para este fim e o radex. No final o resultado era uma bela porgrafia (uma porcaria dactilografada, a raiar os contornos da pornografia).

Mais tarde surgiram as máquinas de escrever com processador de texto e, finalmente, o computador.

Detzolfolques ... com umas imagens para ilustrar:

A máquina de escrever ... ou o corpo do delitro (sim, bem tínhamos que dar o litro para sair obra asseada)

Exemplo das folhas de cópia

A capinha das folhas de papel químico

O papel químico

O milagre da eliminação dos erros


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14 comentários:

V. disse...

Pôças pá, os trabalhos da esolda demoravam tanto a escrever... e fazer a compisção das imagens, o enquandramento do texto... era muti giro, era.

Anónimo disse...

As horas que eu passei a escrever nessas máquinas.
E quando fiz o curso de dactilografia, fiz também o de mecânica, que ensinava a substituir as teclas, mudar o rolo etc etc.....
O que eu tenho aprendido ao longo destes 50 anos... e não é que ainda continuo a aprender? Fantástico este nosso crescimento!

Lisa's mau feitio disse...

Temos uma dessas lá por casa.

Até ter ficado imobilizado, o meu Pai escrevia assim. Negou-se, sempre, a reverter-se para o mundo informático. E todos os documentos que tinha de editar, eram-no feito dessa forma, até há 3 semanas atrás.

No colégio, aos 14 anos, eu tive a disciplina de Dactilografia.

Mas essa do corrector desconhecia... E tanto estalo podia ter evitado com isso... É que a "irmã" batia tanto ao mínimo borrão...

Beijinhos e resto de bom Domingo!!!

Lisa

pensamentosametro disse...

E eu não? Claro que sou desse tempo, quando aparecem as fitas autocorrectoras foi um avanço tecnológico que nem te digo.

Bjos

Tita

LILI disse...

Também eu e graças a Deus que agora não temos de trabalhar nestas maquinetas, mas era engraçado.
Por falar nisso, estou a conhecer a máquina da foto!!

Gi disse...

lili: pois estás ;)

M disse...

Também me lembro dessas máquinas, cheguei a usá-las no trabalho da minha mãe :) memories...

Curiosa disse...

Eheheheheh, agora vou ser mázinha:
Este post é só kotas, ihihihi!
Fala o roto ao nú...!
:))))

(Desculpem, devo estar a delirar com o efeito dos remédios cá de casa. Ou então estava a precisar de me rir!!!)

Gi disse...

curiosa: Há aqui pessoas que não são cotas ... estás mesmo a delirar ;)

Mr X disse...

Ai o que eu sofri. Nessa altura era jornalista...

Gi disse...

mr x: tu também és o rapaz dos x ofícios :)

Kapitão Kaus disse...

Hmmm, também ainda guardo, como recordação, coisitas dessas!

Beijinhos e boa semana!:)

Gi disse...

kapitão kaus: obrigada pela visita.
Beijinhos e boa semana para ti também!:)

Hydrargirum disse...

Lembro-me disso tudo....

Tenho recordações simpáticas da fita preta/vermelha....:)
O meu pai deu-me uma do escritório há mtos mtos anos....para eu me divertir...e foi aí que aprendi a teclar:)